Namorada de João Neto levou pontos e relatou 'tortura psicológica'
A namorada do advogado João Neto, preso por um episódio de agressão contra ela, alegou em depoimento na delegacia especializada em atendimento a mulheres que vivia numa relação onde era vítima de violência constante.
Os dois estavam juntos há cerca de dois anos e viviam em Arapiraca, interior de Alagoas. O apartamento onde as imagens foram gravadas tinha sido comprado recentemente e ainda estava em reforma, tanto que no momento da agressão, a imagem mostra homens passando pelo corredor. Eles haviam ido até o local para montar móveis.
Nesse período, a mulher alegou ter sofrido outras agressões. Os dados preliminares do exame do IML, que ainda não foi encaminhado para a delegacia, apontam o corte no queixo, que exigiu que a vítima levasse pontos, além de escoriações e hematomas que, segundo ela, foram de agressões anteriores.
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A vítima relata ter vivido sob 'tortura psicológica', com xingamentos e palavras de depreciação dele contra ela. No depoimento, segundo fontes ouvidas pela CNN, ela alegou que ele constantemente a cobrava por "sustentá-la".
Os investigadores afirmaram que o vídeo fornecido pela defesa do advogado, que mostra o casal caindo no chão no corredor de saída do apartamento, só corrobora a versão da vítima, de que foi agredida. A polícia vai concluir o inquérito até a semana que vem, quando o advogado deve ser indiciado formalmente.
A expectativa é de que ele seja acusado de lesão corporal, com agravantes previstos por uma lei de proteção às mulheres do ano passado. A pena inicialmente, nas contas da delegacia, é de 2 a 5 anos de prisão, mas ela pode ser aumentada em caso de sequela por conta do ferimento no rosto da mulher, a depender da gravidade, ou até de uma eventual incapacidade de exercer atividades cotidianas.
A CNN entrou em contato com os advogados de João Neto que informaram que vão divulgar um posicionamento oficial sobre os detalhes do caso revelados nesta reportagem.