A convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União-AP), vai acompanhar a comitiva do Executivo em viagem à Rússia e à China.

Segundo a CNN apurou, a ideia do Palácio do Planalto é que Lula aposte em Alcolumbre para tentar barrar movimentações no Parlamento que prejudiquem o governo, a exemplo de uma eventual Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre irregularidades no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).

Lula e Alcolumbre já viajaram juntos recentemente ao Japão e ao Vietnã, e ao Vaticano para o funeral do Papa Francisco.

Além do presidente do Congresso, devem compor a comitiva presidencial os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Frederico de Siqueira Filho (Comunicações).

Segundo a assessoria do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), ele não deve integrar a comitiva para se dedicar à pauta da Casa. Em seu lugar, foi escalado o deputado Elmar Nascimento (União-BA), para acompanhar Lula na Rússia.

Para a China, a ideia é que a Câmara envie mais deputados. O Ministério das Relações Exteriores não enviou a lista completa de quem deve compor a comitiva.

Agenda exterior

A comitiva deve embarcar para a Rússia na noite desta terça-feira (6). A convite de Putin, Lula participará das celebrações dos 80 anos da vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista na segunda guerra mundial.

É o feriado mais importante da Rússia, que ocorre no dia 9 de maio, com um desfile cívico-militar na Praça Vermelha, em Moscou. Ambos os presidentes também manterão reunião bilateral durante a visita, entre 8 e 10 de maio.

Segundo interlocutores do governo brasileiro, a viagem à Rússia terá dois objetivos principais: além de tentar colocar o Brasil como mediador da paz no conflito entre Rússia e Ucrânia, o de passar o sinal de independência da política externa brasileira em relação a outras grandes potências mundiais.

A expectativa é de que Lula diga ao presidente Vladimir Putin que o Brasil tem credenciais para participar ativamente da mediação de um acordo de paz entre russos e ucranianos. Como presidente do Brics, o país passou a defender que o grupo participe de uma eventual negociação para um acordo de paz.